Só há uma reação adequada para a pessoa que presencia o sofrimento de outra: “Como posso ajudar?”. Quando o karma começa a amadurecer, provocando sofrimento, a reação jamais deve ser: “Esse é o seu karma. É seu destino, então não posso ajudar”. Seu próprio karma pode muito bem se apresentar como uma oportunidade de ajudar uma pessoa sofrendo. Não compreender as ações e suas consequências pode ser desastroso.
À partir da perspectiva budista, o tipo de acontecimentos que encontramos — felicidade ou tristeza — não se deve a alguém fazendo algo a nós. Se ganho na loteria, não é porque o Buda escolheu me premiar. Nenhum deus ou buda é responsável pelo que nos acontece. [..]
Isso não significa que uma pessoa sofrendo seja mais degenerada moralmente do que alguém que sofre as consequências por comer comida envenenada. O sofrimento que vivenciamos se deve ao karma acumulado sob a influência da ilusão e das aflições mentais. Isso vale para todos os seres sencientes.
A resposta budista para as não-virtudes que todos cometemos enquanto estamos amarrados à roda do samsara pode ser inspiradora e encorojadora. O ensinamento budista diz que é possível neturalizar as sementes de karma negativo embutidas no fluxo da consciência. Ações não podem ser desfeitas, mas é possível purificar o fluxo mental para que o impacto das sementes kármicas seja anulado.
O método usado para purificar o fluxo mental são os “quatro poderes de remediação” [arrependimento, confiança, determinação e purificação]. A metáfora para a eficácia dos quatro poderes é a de queimar a semente. O karma, como uma semente, pode ser queimado no fogo da purificação para que não brote. A semente não vai desaparecer, mas não irá dar fruto.
B. Alan Wallace (EUA, 1950 ~)
“The Seven-Point Mind Training”
(Dharma Quote of The Week – Snow Lion, 30/09/10)
Por Samsara
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